![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpTfL5N973NPyobTLhgKIk9NSpgbHxVGzzdgecR9iE2rtNVNUyI0e2IeKJDzm1LkMnltYaOkK9oms1gLM8pCTV4J9yLwfgKhB9UEk45Q4w0Y8iWSqbUUlWhsR0NlKAaaQnEH_wW9zua9Y/s320-rw/20622337_1291785194284330_3542756336914237594_n.jpg)
Pensando nas vidas que tive.Aquelas que começo a lembrar. Fui donzela,fui fidalga,fui rameira. Fui escrava,fruta doce do pomar.
Fui amiga de sinhá cheia de sonhos,que virou freira só pra não poder casar.
Dancei muito no terreiro e na fogueira,fiz amor a noite inteira sem parar.
Assei peixe na folha de bananeira e fiz doce lá no tacho do quintal : goiabada,marmelada e ambrosia,para fidalgos que vinham no sarau
Sobremesas e docinhos fiz de monte : cocada mole e bolo branco com cajá
Guloseimas confeitadas com amor,para deleite do senhor e da sinhá.
Amamentei os bacuris lá da fazenda,dos cabritinhos da patroa fui babá. Muita gente anos depois me procurava,pra benzer,curar inveja e mau olhar.
Hoje sou mulher sozinha e letrada. Sem patrão,marido besta e coroné. Nessa vida trouxe dons já conhecidos : benzer doente e ler borra de café.
Maat* 2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário